Coca-Cola Andina eleva capacidade de produção no Brasil
17/06/2019 às 11:22

A engarrafadora chilena Coca-Cola Andina, que no Brasil atua no Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, vai ampliar em até 40% sua capacidade de produção no país com a inauguração oficial de sua terceira fábrica no Brasil, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no próximo dia 25. A estrutura flexível da nova unidade - preparada para receber módulos que permitirão a fabricação de diferentes categorias de bebidas - vai permitir à engarrafadora dobrar sua capacidade produtiva no Brasil em 2035.

"Vamos avançar para outras linhas de produtos, não necessariamente bebidas carbonatadas [com gás]", adianta Renato Barbosa, presidente da Coca-Cola Andina Brasil. Ele se refere especificamente ao portfólio de bebidas produzidas na nova unidade, atualmente restrito a refrigerantes e água mineral. Em operação desde março de 2018 com o objetivo de testar suas três linhas de produção, a fábrica é radicalmente diferente das unidades industriais da Coca-Cola Andina em Jacarepaguá (na zona Oeste do Rio de Janeiro) e Ribeirão Preto (SP).

Na Baixada Fluminense, a automação de processos é quase total: as matérias-primas são distribuídas pelas linhas de produção por veículos guiados através de feixes de laser e conexão via Wi-Fi. As empilhadeiras-robôs também são responsáveis por levar os produtos envasados até o centro de distribuição, após acondicioná-los em paletes (estrados de madeira).

 Os dados gerados por todas as máquinas - desde o ar-condicionado até os equipamentos responsáveis pela fabricação e o envase das bebidas - são armazenados e analisados numa central de processamento que permite aperfeiçoar processos e prever falhas, no processo conhecido como "machine learning" (aprendizagem de máquina).

A engarrafadora não revela o quanto investiu na nova fábrica. Mas diz que a recuperação do terreno - degradado ambientalmente por resíduos de uma indústria têxtil que funcionou no local até 2009 - consumiu R$ 20 milhões. Ao todo, são 2,2 milhões de metros quadrados de área que abrigam duas fontes de água mineral, uma represa com 150 mil metros cúbicos de água e mais uma área permanente de preservação de 31,2 hectares (312 mil metros quadrados). Apenas 57 mil metros quadrados (menos de 3% de todo o terreno) são de área industrial construída.

O cuidado com os aspectos de sustentabilidade traz - também - vantagens em termos de negócios. Cem por cento do abastecimento hídrico da nova fábrica vêm das fontes (poços com 150 metros de profundidade) e da represa. "[É algo que] nos dá uma vantagem competitiva", reconhece Barbosa, referindo-se às fontes, cujas águas são utilizadas na produção de bebidas.

A água armazenada na represa, depois de tratada, é empregada exclusivamente em processos industriais da fábrica. "O consumo de energia é 20% menor na comparação com uma fábrica tradicional. E o de água, 30% mais baixo", compara Rodrigo Klee, diretor de Operações da Coca-Cola Andina Brasil

A escolha da Baixada Fluminense para abrigar a nova unidade industrial está relacionada à densidade populacional da região e à proximidade de vias de escoamento importantes, como o Arco Metropolitano. A fábrica é parte de um pacote de investimentos de R$ 1,2 bilhão realizado nos últimos sete anos. O montante inclui recursos gastos na atualização tecnológica da unidade de Jacarepaguá.

A engarrafadora estuda ampliar no próximo ano a variedade de bebidas produzidas na unidade da Baixada Fluminense com adição de sucos, néctares de fruta e energéticos, afirma Barbosa.

A retração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre não impediu a operação brasileira da engarrafadora de ampliar seu volume de vendas no país. No primeiro trimestre do ano, esse indicador subiu 2% em relação ao mesmo período de 2018, totalizando 66 milhões de caixas nas categorias de bebidas carbonatadas, águas e cervejas.

As vendas líquidas da Coca-Cola Andina Brasil no primeiro trimestre do ano somaram US$ 155,27 milhões, uma alta de 3,5% na comparação anual. A empresa é controlada pela Embotelladora Andina, que atua também na Argentina, no Chile e no Paraguai. "Vendemos mais embalagens familiares, água mineral e, também, embalagens menores", diz Barbosa.

Em tempos de economia brasileira desaquecida, a estratégia da engarrafadora chilena vem privilegiando os produtos em embalagens retornáveis (até 30% mais econômicos em relação aos descartáveis) e as do tipo minipet (com preço sugerido de R$ 1). A nova unidade em Duque de Caxias mais que dobra a capacidade da companhia de fabricar produtos retornáveis.

Fonte: Valor Econômico

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