Coca-Cola adota padronização das garrafas de refrigerantes para todas as marcas
05/11/2018 às 11:01

A partir de um projeto iniciado no Brasil, a Coca-Cola vai levar para mercados latino-americanos sua garrafa universal - uma embalagem retornável que pode ser utilizada para envasar diferentes marcas de refrigerante. A estreia do novo conceito de embalagem fora do Brasil começa ainda neste ano por Chile e Argentina. No México, o lançamento de uma garrafa universal de 2,5 litros deverá ocorrer em 2019.

Cada país escolheu a sua embalagem prioritária para iniciar o processo de padronização. A escolha no Brasil recaiu sobre a garrafa PET retornável de dois litros. Em até dois anos a previsão é de que todas as garrafas do portfólio de refrigerantes da Coca-Cola Brasil, nos tamanhos de 1,5 litro e dois litros, terão este formato. A mesma embalagem será usada para engarrafar sete marcas de bebidas carbonatadas: Coca-Cola, Coca-Cola Sem Açúcar, Fanta Uva, Laranja e Guaraná, Sprite e Guaraná Jesus.

Desenvolvido internamente pela empresa, o desenho da garrafa universal, embora lembre o formato de uma Coca-Cola, é diferente do usado nas embalagens atuais. Como a garrafa será a mesma para todos os refrigerantes, as marcas serão estampadas nos rótulos - destacáveis, de papel, e não mais impressos nas embalagens. As tampas, da mesma cor, levarão o nome da marca.

"Faz sentido abrir mão dessa 'iconicidade' de ter garrafas diferentes para cada produto já que a mensagem de sustentabilidade é muito mais forte para o consumidor", diz Thais Vojvodic, gerente de Sustentabilidade da Coca-Cola.

A meta global da companhia é chegar a 2030 com 100% de suas embalagens sendo recolhidas e reaproveitadas. Com as embalagens retornáveis, a Coca-Cola deixa de colocar mais de 200 milhões de PETs no mercado brasileiro anualmente. Atualmente, 20% do volume comercializado pela Coca-Cola Brasil é de embalagens retornáveis. A companhia trabalha para elevar esse percentual para 30% até 2020. E para o patamar de 40% até 2023.

O lançamento de uma embalagem única de dois litros começou pelo CentroOeste, em setembro, e no mês passado chegou ao mercado paulista. A nova garrafa poderá ser encontrada no Nordeste a partir deste mês. No Rio de Janeiro, o lançamento acontece em dezembro. "Começamos pela embalagem de dois litros porque é a de maior abrangência no país", explica Diogo Gioia, gerente de operações da Coca-Cola Brasil. No início de 2019 a nova embalagem estará disponível em todas as regiões do país.

Anteriormente, além de cada garrafa retornável de dois litros ter um formato distinto, o rótulo era impresso de forma permanente. A tinta aplicada nas garrafas acabava por dificultar o processo de reciclagem. Foram investidos R$ 100 milhões pelas engarrafadoras da Coca-Cola para viabilizar o projeto da garrafa universal, com a adaptação das linhas de produção para aplicar e retirar rótulos de papel.

As garrafas de PET reutilizável podem ser reaproveitadas até 25 vezes antes de seguirem para reciclagem. Fora a redução do impacto ambiental, a escolha de uma garrafa universal dá mais flexibilidade de escolha ao consumidor. Se antes ele precisava guardar em casa diversos tipos de embalagem retornável dependendo da marca de refrigerante que pretendia comprar, com uma garrafa universal esta necessidade acaba.

Na prática, o apelo das embalagens retornáveis passa também pelo bolso do consumidor. As embalagens retornáveis proporcionam uma economia - um desconto - de 30% em relação às embalagens descartáveis tradicionais. Isso ajuda a explicar porque uma das principais demandas do consumidor detectadas pela companhia é a ampliação do portfólio de produtos vendidos em embalagens retornáveis. Com a garrafa única, o consumidor poderá escolher por qual sabor deseja trocar a garrafa em cada compra.

Iniciado em agosto do ano passado, o projeto que resultou na embalagem universal se baseou em grande parte na interação da Coca-Cola Brasil com cooperativas de catadores de material reciclável espalhadas por todo o país.

A companhia assinou em outubro do ano passado uma parceria com a concorrente Ambev para apoiar cooperativas de catadores. Para entender em profundidade o funcionamento da cadeia de reciclagem no Brasil, Thais Vojvodic visitou não apenas cooperativas mas também lixões e empresas especializadas.

"A cadeia de reciclagem no Brasil tem características muito específicas", afirma a gerente da Coca-Cola, lembrando que a coleta de plástico, vidro, papel e papelão no país é feita na sua maior parte por catadores sem emprego formal.

A nova garrafa é parte de uma estratégia de investimento da Coca-Cola em infraestrutura, ampliação de linhas de envase, equipamentos de fábrica e compra de vasilhames que vai consumir. Iniciado em 2016, esse programa termina em 2020 e deverá consumir R$ 1,6 bilhão.  (Fonte: Valor Econômico)

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