Ciclo de aquisições da Camil não terminou e pode chegar à Colômbia
30/10/2018 às 10:31

Demorou dez anos, durante os quais houve três “sérias” tentativas, para a Camil convencer a família Logemann a vender a SLC Alimentos. Com o longo namoro com os donos do Grupo SLC, que também controla a SLC Agrícola, a intenção era expandir a atuação nas chamadas “categorias de entrada” dos mercados de arroz e feijão, principalmente com a marca Namorado, e chegar a regiões do país onde a presença da empresa era tímida.

Pois o objetivo foi alcançado. Na sexta-feira, a Camil, cuja receita líquida alcançou R$ 4,7 bilhões em 2017, anunciou que fechou a aquisição por R$ 308 milhões, dos quais R$ 140 milhões à vista (capital próprio) e R$ 128 milhões em dívidas — o restante são depósitos de garantia (hold-back), que serão pagos ao longo de cinco anos, a depender das contingências.

A aquisição da SLC Alimentos, que registrou receita de R$ 512 milhões no ano passado, é a primeira realizada pela Camil após o IPO de 2017, e também está em linha com a estratégia anunciada na ocasião: consolidar mercados, fortalecer negócios no Brasil e no exterior e trabalhar com novas linhas de produtos alimentícios.

Mas a expansão da Camil não vai parar na SLC Alimentos. Quartiero diz que novas aquisições continuam no foco, no Brasil e no exterior e tanto no segmento de grãos quanto em outras frentes, como café e massas. Criada em 1963, a companhia deu início à diversificação do portfólio em 2011, quando adquiriu a fabricante de pescados Coqueiro. Menos de um ano depois, comprou a marca de açúcar União. Além desses negócios, expandiu negócios no Uruguai, Chile e Peru.

Na América Latina, diz o executivo, o próximo passo poderá ser na Colômbia, que tem um mercado consolidado de arroz. E a empresa não descarta voltar à Argentina, onde deixou de ter operações em agosto passado com a venda da La Loma Alimentos.

Em teleconferência com analistas, Flávio Vargas, diretor financeiro e de relações com investidores da Camil, lembrou que o negócio com a SLC teve um impacto mínimo sobre o índice de alavancagem da empresa e que, portanto, há “capacidade financeira para próximos passos e aquisições”. A dívida líquida da empresa estava em R$ 825,1 milhões no segundo trimestre de 2018, com o índice de alavancagem (dívida líquida sobre o Ebitda) em 1,8 vez. (Fonte: Valor Econômico)

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