Italac negocia aquisição da Líder para avançar no país
05/10/2018 às 09:52

Maior empresa de lácteos de capital nacional, a Goiasminas - dona da marca Italac - está negociando a compra do laticínio Líder Alimentos, controlado pela ARC Medical Logística, de acordo com fontes do segmento. Se a aquisição for concretizada, a Italac, que já é uma das maiores compradoras de leite para processamento no país, deve se consolidar como a primeira no ranking de captação da matéria-prima.

Os ativos da Líder (marca e duas unidades de processamento) estão avaliados em cerca de R$ 300 milhões, segundo fontes do setor. A Italac, que pertence aos irmãos Claudio Teixeira, Márcio, Jerônimo, Sérgio e Alexandre Teixeira, é uma companhia limitada e não publica balanços financeiros. Estima-se, no mercado, que tenha uma faturamento anual na casa dos R$ 5 bilhões.

A Líder pertencia à LBR - Lácteos Brasil, que entrou em recuperação judicial e se desfez de vários ativos em 2014 para pagar seus credores. Os ativos da Líder foram vendidos à ARC Medical Logística, que pertence a Renata da Silveira Fontoura Campos e Raquel da Silveira Fontoura. Elas são sobrinhas do dono da BS Factoring, Francisco Benedito da Silveira, empresário conhecido pelo fomento a companhias de lácteos, como o laticínio paulista Shefa.

A Líder tem fábricas em Lobato (PR) e em Presidente Prudente (SP). A estimativa no mercado é que tenha uma captação diária de leite de 700 mil a 800 mil litros.

A aquisição seria uma forma de a Italac colocar o pé em dois Estados com forte mercado consumidor e onde ainda não tem unidades, afirmam especialistas. Hoje, a Italac tem plantas em Corumbaíba (GO), Jaru (RO), Passo Fundo e Tapejara, ambas no Rio Grande do Sul, Xinguara (PA) e Três Corações (MG).

Ademais, com o movimento, a Italac se fortaleceria diante do avanço de empresas estrangeiras no segmento no país. A onda de consolidação em lácteos ganhou corpo nos últimos anos com a chegada da francesa Lactalis, que comprou ativos da BRF e da LBR. Mais recentemente, a suíça Emmi comprou participação no Laticínios Porto Alegre, a mexicana Lala adquiriu a Vigor e fundos de investimento como o Arlon e o Aqua Capital entraram, respectivamente, no capital da Betânia e da Lac Lélo.

A estimativa entre especialistas do segmento é que a Italac tenha atualmente uma captação de 5 milhões de litros de leite por dia, ou ao redor de 1,8 bilhão de litros anuais. A empresa não fornece dados para o ranking da Leite Brasil sobre captação de leite no país. Nessa lista, a líder é a Nestlé, que captou 1,7 bilhão de litros em 2017.

Em seu site, a Italac informa que é hoje a oitava marca mais consumida no país. Adquire leite de mais de 17,5 mil produtores no Brasil e tem capacidade de processamento superior a 7 milhões de litros por dia em suas unidades.

Seu portfólio tem mais de 100 produtos (leite longa vida, leite condensado, creme de leite, leite em pó, bebidas lácteas, queijos, manteiga, iogurtes, entre outros), que são comercializados em todas as regiões do país. A empresa vende produtos com a marca Italac e Nilza, esta última adquirida em janeiro de 2015 em leilão da massa falida do laticínio do mesmo nome que operava em Ribeirão Preto (SP).

Já a Líder tem em seu portfólio leite longa vida, bebidas lácteas, leite condensado, creme de leite, néctares e outros.

Não é a primeira vez que Italac e a ARC Medical Logística negociam. Em 2014, a empresa dos Teixeira arrendou da ARC a unidade de Tapejara. A planta também era um ativo da LBR, alienado à ARC no processo de recuperação judicial. O arrendamento foi com opção de compra e hoje Tapejara pertence à Italac.

(Fonte: Valor Econômico)

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