Cadeia produtiva mais cara gera aumento no preço dos supermercados
30/03/2020 às 18:22

Uma necessidade frequente do consumidor se torna ainda mais importante em época em que o isolamento social é a maior recomendação, por parte das autoridades de saúde, para evitar a contaminação do coronavírus. As compras em supermercados, açougues e sacolões têm se tornado mais caras com o aumento do preço de mantimentos, produtos de limpeza e outros itens básicos. 

A Associação Mineira de Supermercados (AMIS) indica que o preço final que chega ao consumidor teve elevação por um aumento de custo de toda a cadeia produtiva dos fornecedores. "Sentimos uma pressão no preço, em especial os lácteos, como queijo e leite longa vida, além de feijão, ovos, arroz e óleo. O fornecedor tem explicado que sua cadeia sofreu alteração e, em função disso, houve a mudança. O deslocamento teria ficado mais caro, até pelo retorno acontecer com os veículos vazios, algo que não era comum. Continuamos conversando com os fornecedores em busca deste maior equilíbrio, negociando permanentemente para que possam preservar, ao máximo, os preços", comenta Antônio Claret Nametala, presidente executivo da AMIS. 

A Associação deixa claro que os supermercados não tiveram ganho em suas margens, repassando ao consumidor o aumento proporcional. "Não há motivo nem clima para essa alteração além da conta. Temos orientado as nossas filiadas, inclusive, a manter as notas de compra para comprovação, se necessário, da preservação desta margem. Foi uma orientação que recebemos na última semana em contato com o Governo Estadual e também o Procon", sinaliza. 

Alternativa

A AMIS fez um alerta para os consumidores sobre os aumentos de preços dos fornecedores em meio à pandemia, orientando os clientes para continuarem a evitar compras de estocagem e a trocar marcas por opções mais baratas ou substituir itens por similares. "Nossa sugestão é que o consumidor faça substituição de marcas ou itens se for possível, é sempre uma alternativa interessante quando se tem excesso de procura, isso ajuda a segurar o preço. Também indicamos que se evite a estocagem. Se houver uma alta demanda, o preço vai aumentar. É uma questão de mercado", pontua. 

Garantindo que não existe o risco de desabastecimento, Claret prevê que a grande presença de clientes nos supermercados pode apresentar queda nos próximos dias. "Neste último final de semana, por exemplo, o movimento foi menor do que no anterior, o que prevemos que deve seguir acontecendo nos próximos dias. Pode existir uma dificuldade de reposição, mas não de abastecimento. A mídia tem sido importante neste nosso pedido para que se evite o estoque doméstico", projeta. 

Sobre o futuro a curto prazo, a incerteza impera. "Agora temos muitas perguntas e poucas respostas. Espero que se diminua a pressão de compra nas lojas para se ter uma maior tranquilidade. Esperamos que tudo volte à normalidade, mas isso foge da nossa vontade. Tudo depende do que for estabelecido pelos órgãos de saúde e, a partir daí, saberemos o que fazer", completa. 

Pesquisa indica aumento nos preços de hortifruti

O site Mercado Mineiro, que faz pesquisas e comparações de preços, deve divulgar nos próximos dias dados sobre itens da cesta básica. Na última semana, foi divulgada pesquisa realizada entre os dias 25 e 26 de março, indicando aumento de preços de sacolões da capital mineira. Dos 29 produtos analisados, 17 sofreram aumentos nas duas últimas semanas. 

O preço mais abusivo que se encontrou foi do limão tahiti, que teve aumento de 81,58% nos últimos dois meses e 76,92% somente nos últimos 13 dias. O preço médio passou de R$ 1,90 para R$ 3,45 desde o final de janeiro. Neste período de duas semanas, o que também aumentou bastante foi a laranja pêra rio (22,74% mais cara), a cebola branca (23,72%) e a cenoura vermelha (28,88%). Cebola, cenoura e pimentão tiveram aumento superior a 50% desde janeiro. 

Quedas de preço, na comparação com o começo do ano, aconteceram em produtos como banana prata (5,47%), maçã fuji (7,98%), abacate (24,18%). Desde a penúltima semana, alguns recuos vieram com o morango (5,98%), mexerica ponkan (22,24%), jiló (12,93%) e tomate (13,11%)
 
Comparação
 
A diferença de preços entre estabelecimentos também chama atenção, com o quiabo podendo custar entre R$ 1,99 e R$ 12,80, com mais de 543% de diferença. A maçã fuji teve variação de R$ 302,35%(entre R$ 2,98 e R$ 11,99) e o chuchu e pimentão verde na casa dos 400%. 

(Reprodução: O Tempo) 
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